A frase não é minha, é de Mário Henrique Meireles, não podia deixar de citá-lo, até porque, muito me incomoda quando vejo em determinados textos frases que não são de quem as escreveu, sem citação ou menção ao autor, além das questões éticas, tem também o respeito. Sem contar que é bom quando as pessoas usam nossas frases e nos dão o crédito devido, são pensamentos expressados através da escrita, e quando os reconhecemos, o coração sorri!
Somos frequentemente estimulados a comparação com base em uma vida perfeitamente inverossímil de “Instagram”.
E aí eu me e te pergunto:
- Você costuma se comparar a outras pessoas?
- Quando se trata de beleza, você se avalia?
- Você se dá nota? Tipo: nota dez, sete, quatro ou zero?
Os #anúnciosdebeleza nos bombardeiam a toda hora, com imagens bonitas e irreais, sim, irreais (uma maquiagem bem feita, uma luz bem elaborada, um fotografo que sabe explorar o melhor ângulo da fotografada, e uma modelo ou celebridade que sabe reconhecer o seu corpo, vão sim, produzir juntos uma imagem de uma beleza ideal, muito longe do real). Não menos belo, no entanto, não é na realidade que a beleza mora todos os dias?
Maquiar é bom, eu simplesmente adoooooro ser maquiada, queria eu ter um maquiador todos os dias só pra mim, eu particularmente não tenho saco. Protetor solar de preferência com base junto, o batom com hidratante e rímel já está de bom tamanho. É questão de escolha, é que de manhã cedinho prefiro aguar minhas plantas, conversar com elas, elas conversam comigo e me fazem sorrir, elas gostam de Bach e eu também aprendi a gostar, a culpa é da frequência (se é que há culpa nisso), elas me fazem mais feliz, então me vejo naturalmente mais bonita diante do espelho, com essa escolha também.
Certo dia, eu precisava fazer uma foto para a divulgação de uma parceria, estava triste pacas, e o dia não estava bom para fotos, mas a responsabilidade e o compromisso me convocaram, maquiagem impecável, roupa ok, rosto sem vida, foto horrível, faltou tudo, faltou a #essência da #felicidade. Claro que aquela foto que não me representou foi apagada, me perdoe Diego, a culpa não é sua, é que a felicidade não estava naquele corpo, deletei sem volta, do meu computador, do insta, só não pude deletar da divulgação do parceiro, tão pouco não pude apagar aquele dia triste repleto de muitos aprendizados.
O fato, é que os diversos veículos de comunicação são tiranos e opressores sim. Estabelecem padrões a todo instante, até quando o assunto é o fora do padrão, o opressor “padrão” está lá. Jaque, que me perdoe tá Migs, odeio a palavra “padrão”, prefiro DNA, conceito, há tantos adjetivos melhores, que traduzem melhor a ideia de fazer a coisa da melhor maneira. As revistas estão repletas de modelos magras, corpo impecável, maquiagem peeeerfeita, dentes branquíssimos e roupas de grife (pq tem que ser caríssimas). Nas #redessociais, dá-lhe mais indivíduos bombados, de músculos expostos, barriga tanquinho (é negativa que fala é?), cabelos brilhantes, com a cor, as mechas e corte da moda, de preferência com muitos likes, onde caras e bocas não podem faltar. Nada contra, pelo contrário, até gosto das caras e bocas, ainda assim, a vida não pode e não deve se resumir a somente isso, tudo pode ficar vago demais, e cair no vazio das ilusões.
Em meio a esse turbilhão de #beleza no qual somos impelidas a nos adaptar, e nas tentativas, muitas vezes, sem sucesso, a frustração vem. Evidentemente, nem todos têm a sua disposição todo um arsenal a postos para serem usados, conforme os informados pelos #influencers, dermatologistas, cabeleireiros, maquiadores, massagistas, esteticistas, dentistas, modelos e celebridades. A maioria de nós, pobres mortais, “ralamos” desde muito cedo, para ganhar o mais que necessário, pão nosso de cada dia, sem termos tempo suficiente sequer para pensar em nós mesmas, quanto mais, para nos produzirmos afim de atingir um padrão de beleza inalcançável, idealizado por outras pessoas que não estão dispostas a compreender realidades que não são as suas.
Então vem as #comparações, as frustrações por tabela e o ilusório pensamento de que se tivéssemos o cabelo de fulana, o corpo de beltrana, os dentes daquela celebridade do momento, seríamos mais felizes. Será?
E a nossa beleza particular? Não tem #valor? Essas características que nos tornam únicas, não são por acaso passíveis de ser valorizadas por nós mesmas?
Ao menos, ou, ao muito, deveria.
Quem não gosta de se ver, se sentir mais bonita? Olhar no espelho e gostar do que vê? Faz bem para nossa autoestima, alimenta o ego e a vaidade também. E isso não é ruim, desde que vivido com equilíbrio.
Mas vamos combinar, refletir, analisar, será que com o tempo, todo esse mutualismo que gera essa satisfação não pode vir a dar lugar a um certo #vazio?
Parando para refletir ainda mais sobre beleza, sim, ela abre portas, e fecha também, ela não as mantém abertas. Essa voraz nos dá oportunidades, mas não garante a sua permanência para todo o sempre. E sabe por quê? Porque só a beleza, o estereótipo ideal não é garantia da #alegria infindável. Vaidade excessiva faz mal, o egocentrismo reina, é um monstro, um buraco negro, que certamente nos fará querer mais, mais, mais e mais, e consecutivamente, pode destruir tudo por onde passa, ou por onde devora.
Certamente, em algum momento, você aí caro leitor, já deve ter ouvido que beleza vem de dentro (pode até já ter feito ou ouvido piada sobre isso, afinal, ninguém anda no avesso. Nem roupa né?). Ainda assim, vem mesmo, vem de dentro, da essência, do sorriso, através da nossa fala e até na ausência dela, beleza é coisa que vem de dentro para fora e exterioriza para iluminar o rosto de quem a cultiva.
Pessoas bonitas somente para atender #padrões, exclusivamente por fora são como aquelas belas construções a beira mar, que nas fortes ondas das tempestades vão desmoronando na dança das ilusões. Falta solo fértil e adequado, falta alicerce aquele ingrediente que como diz meu pai “tem que dá liga”, e por estar ou ser sem conteúdo, se desfaz.
Mas quando a beleza vem de dentro, quando essa beleza é #verdadeira, repleta de cor, de alegria e de sorrisos, não é que essa beleza toda não chore, não se desmorone vez em quando, ela é real, e por vezes nas fragilidades que a vida nos impõe ela cai, ainda assim, não se desfaz, resiste, levanta, e essa beleza traduzida em força se reflete no exterior, o sorriso e os olhos ficam mais bonito.
Logo eu, que conheço uma pessoa, como tantas outras tantas, tidas como feia. Ela que é tudo, menos feia, uma criatura gente muito fina, de #sorriso largo e olhos #brilhantes, ela que é verdadeiramente linda, essa beleza interior se reflete em sua face radiante. E sabe porquê?
Porque corpo bonito é aquele que tem gente feliz dentro dele. Gente bonita, de coração bom, alma leve e de boa vontade. Aquelas belezas contagiantes, que se espalham pelos espaços, pelo ar e nos fazem bem, bem demais!
Então você aí, cara leitora linda, você mulher maravilhosa, ou você namorado que gosta de exibir o troféu da mulher bonita, não faça comparações, toda comparação é injusta, é cruel e danosa demais.
É preciso respirar fundo para oxigenar o cérebro e pensar:
O quanto de bom e belo eu trago em minha essência? Em meu #coração?
O quanto de bom e belo vem dentro do pacote, dessa pessoa que afirmo amar?
É preciso olhar para nós mesmos e para o outro com um olhar afetivo. Como diz meu amado: Todo compreender é afetivo. Ainda assim, todas as vezes que somos bons para os outros, invadidos na #positividade dos pensamentos e desinteressadamente, somos melhores ainda para nós mesmos.
Somos arte única, não há uma criação igual a nós, somos corpo, alma e coração com identidade singular, e nem sempre o mundo que nos rodeia nos enxerga assim, ainda assim, esse dever é nosso, de nos vermos como obra singular e espetacular.
Comumente autoestima tem sido cada vez mais confundida, vez que, muitos indivíduos se acham, e poucas pessoas se sentem, se sentem em si mesmas, e por inteiro.
Esse tal amor-próprio que tanto precisa ser alimentado diariamente, para que possamos levantar animados, nos estimulando a enfrentar a vida de frente, alegres (nem sempre), mas tentando, seguindo gratos, afim de refletir em nossas vidas, as escolhas que fazemos, os hábitos que cultivamos, os novos hábitos que almejamos, e outros que abandonados, essa busca incessante por #equilíbrio, vez que nenhuma vida está 100% equilibrada em todas as áreas ao mesmo tempo, e a beleza está aí, na alegria dessa busca por esse equilíbrio. De se olhar no espelho e entender que precisamos nos amar e nos respeitar, nos cuidar e nos acariciar, criando em nós também, o nosso próprio acolhimento. Da gente se olhar e sorrir de volta sabe? Para nós mesmas!
De nos vermos diante do espelho da vida, e não precisar nos perguntarmos que tipo de pessoa você, eu, nós somos. Afinal, temos a plena consciência de cultivar todos os dias uma pessoa gente boa, que #luta, que resiste quando precisa, e que também olha para o mundo com um olhar de esperança em dias melhores, gente que sabe que as vezes pode cair, ainda assim, a beleza da vida está aí, em levantar e ser mais feliz.
É bom termos com a gente, Gente que dá bom dia pra vida e diz:
- Booooooom diaaaaaaaaaah gente linda, vamos sorrir para vida, que ela sorri de volta!
Sem #estereótipos, afinal, corpo bonito é aquele que tem gente feliz dentro dele!
Um abraço a você que me leu até aqui.
Ps: Raquel Marinho, eu mesma!