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FELICIDADE PEDE RACIONALIDADE

Atualizado: 28 de mar. de 2021


O que nós fazemos para #cultivar a própria felicidade?



O tema felicidade passou a ser recorrente para mim, a medida que em algum momento passei a questioná-la nessa minha existência, talvez quando me dei conta da possibilidade de sua ausência, ou corrigindo, de não reconhecê-la, o que me convidou a leituras, busca por maior clareza e entendimento, em uma investigação por reflexões em torno do assunto. Não sei dizer se o caminho percorrido para essa compreensão foi a ideal, ainda assim, foi a encontrada por mim, dentro de uma lógica em que visa racionalidade, no que me fiz perceber ser um "ser humano feliz", e, especialmente, que esse estado de felicidade pode e deve ser cultivado diariamente.


Frequentemente confundimos #alegria, #entusiasmo, #euforia com felicidade. O que é um equívoco!

Ora, ora, podemos estar tristes e chateados com determinadas situações e/ou questões que são solucionáveis, e quem em nada tem a ver com nossas escolhas e a tal #felicidade.

O fato é que podemos estar com raiva da política, perdidos diante de uma pandemia, preocupados com o futuro econômico, político e social incertos, visto o caos que nos encontramos, e ainda assim, sermos felizes com nossas decisões e escolhas pessoais, na companhia dos que amamos, mesmo em momentos de angústia, podemos ter esperança no futuro, fazer planos, realizar #sonhos e diante da realidade que temos, nos sentirmos felizes.


Felicidade é estado de espírito indiferente das classes sociais, evidentemente, não podemos ser hipócritas, seria desumano dizer que pessoas que vivem no abandono e ostracismo social, na ausência de tudo, são felizes. Como poderiam? Nesse sentido, a felicidade é sim, desigual.


No entanto, quantas #pessoas conhecemos que diante de terem tudo que as #riquezas materiais podem proporcionar, sentem um vazio existencial e se sentem infelizes? Não está relacionado aos #bens materiais, embora, estes possam contribuir de alguma forma. No livro "Felicidade modos de usar" os estudiosos Cortella, Karnal e Pondé debatem sobre os assuntos que nos fazem #felizes.


Luiz Felipe Pondé, nos sacode a alma quando afirma:

Pessoas perfeitas devem ser profundamente infelizes.

Pondé vai além e nos abre os olhos a racionalidade de ser feliz, ao dizer que:

É impossível ser feliz se você não experimentar a misericórdia, se você não experimentar a possibilidade de perdoar pessoas, se você não #experimentar a possibilidade de ser perdoado por pessoas. Portanto, a felicidade não é possível se você não tiver consciência que tem culpa de muita coisa e de que faz muita coisa errada. Pondé joga na nossa cara, de forma corajosa que a felicidade mora na imperfeição. Eu substituiria apenas a palavra "culpa" por "responsabilidade", culpas são pesadas demais, e podem nos afundar em tristezas desnecessárias, já responsabilidade nos convidam a mudanças.


Meus filhos são as pessoas que mais me ensinam sobre Felicidade, cada um ao seu modo.


A Rebeca, que frequentemente é ouvinte dos meus textos enquanto gravo meus podcasts, hoje me disse enquanto eu gravava repetidamente, e errava em algum momento da leitura, em que me arrancou da minha repetida atividade quando me explanou:

Mamãe, o #imperfeito é o perfeito antes do feito, porque imperfeito já tem perfeito dentro dele. E mesmo com um pequeno defeito, o seu texto ficou perfeito, porque ele é a senhora de agora. Você não chega no perfeito antes do imperfeito.

Eu posso com um negócio desses?

Confesso, fui invadida por uma profunda felicidade de ver minha filha adolescente de 13 anos com um pensamento tão maduro para sua idade, um momento simples de diálogo e ternura que deve e precisa ser nutrido entre nós e nossos #filhos, ela em minha cama e eu na mesa ao lado escrevendo, e ela me sai com uma dessas. Me perdoem Cortella, Karnal e Pondé, tanto li com vocês, tanto ouvi vocês e hoje, foi minha filha de 13 aninhos que completou um debate filosófico me dando uma lição sobre felicidade, e principalmente, quando o assunto envolve imperfeição.


Leandro Karnal, abala as fronteiras da servidão quando afirma:

Consciência e conhecimento aumentam a felicidade, aumentam a capacidade de ser receptivo a felicidade.

Diz ainda, "Pensem livremente, pensem sem barreiras, pensem com #alegria. Transformem-se a partir desse pensamento, não aceitem nada que não seja essa libertação, rompam com o discurso da servidão voluntária. Karnal, com essa afirmativa levanta a pedra sepulcral que nos convida a duvidar de um discurso incoerente, em que para termos um lugar aos céus diante da salvação devemos sofrer, ou ser infelizes. Uma incoerência, já que felicidade pede racionalidade. Karnal nos convida a essa libertação.


O porque não nos livrar de tudo que não nos faz bem? Que nos concede estado de mal estar emocional e nos tira o dom divino e individual de sermos felizes?


Mário Sérgio Cortella, nos concede, tira e devolve a felicidade a certo acaso:

Felicidade é um #desejo permanente, mas uma ocorrência eventual.

Em um tom dramático e racional na mesma medida, Cortella contextualiza "A felicidade é, no meu entender, um momento de vibração intensa da vida no qual você se coloca, inclusive, com a compreensão de que naquele momento já poderia morrer."


Nesse contexto, de certo modo, os sentimentos de felicidade estão atrelados também a sensação de dever ou #missão cumprida, de escolhas sensatas ou libertadoras. Em um texto que não recordo agora onde li, um irmão pergunta a São Francisco de Assis se ele soubesse que morreria naquele dia, o que ele faria de diferente? O frade pensou por um momento e respondeu:

Quero continuar cuidando dos meus jardins e de meus irmãos amados, referindo-se a pessoas e animais, e assim continuou a cuidar de suas flores. Pensando nas sensações de felicidade, que tranquilidade a de São Francisco, em refletir sobre suas escolhas e se perceber na felicidade que envolve uma liberdade sem arrependimentos e sem máculas.


Assim, como me senti feliz com a #reflexão da minha filha, uma sensação perseguida, visto que, quem é mãe, quer sim ter a sensação de dever cumprido em educar no sentido de proporcionar independência e autonomia emocional aos filhos. No entanto, como diz Cortella, como eu poderia perceber esse momento de felicidade vindo de um diálogo ao acaso, se eu não a perseguisse? Ou como nos esclarece Karnal, se eu não tivesse consciência e conhecimento para percebê-la? E por acaso, não são nos momentos perfeitos das imperfeições que nos damos conta da tal felicidade? Como também nos esclarece Pondé?


Não é o local, é como estamos, com quem estamos, com o que vale apena ser vivido, tanto faz jantar um "Entrecorte" em companhia de um bom vinho no bairro de Saint Germain em Paris (que é muito bom), ou churrasquinho com cerveja gelada no espetinho da esquina aqui do bairro, ou degustando uma cachacinha em viagens exploratórias em alguma cidade pequena entre amigos, sentados em uma calçada rindo do caminho certo na trilha errada, ou não.


Em todos os casos, seja para Cortella, Karnal, Pondé, São Francisco de Assis, e eu, reles mortal no meio dos outros mortais, finalizo essa reflexão, com a minha frase:


Felicidade pede a racionalidade das escolhas sensatas, de tudo que nos faz bem, que nos liberta a alma, que nos concede uma #vida com ou sem luxos, e que ainda assim, exige ser bem vivida, bem apreciada, para não passar despercebido no acaso do dia a dia, na companhia de quem amamos.

Muito obrigada a você, por me ler até aqui,

Um imenso abraço fraternal.


Ps: Raquel Marinho, eu mesma!

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